segunda-feira, 1 de maio de 2017

Como falar sobre Alzheimer com crianças!



Quando algum membro da família adoece, e neste post em particular vou falar sobre a doença de Alzheimer, a família passa por grandes transformações. Diversos sentimentos e questionamentos vem à tona para adultos e também para as crianças. Com receio de fazer a criança sofrer ou poupá-la do pior, pais e/ou responsáveis podem evitar o assunto e amenizar a doença. 


Quando a criança começa a ser consciente das mudanças que acontecem com aquele que sofre a doença, em muitas casos é o avô/avó da criança, do seu comportamento estranho, da sua perda das faculdades, da sua progressiva deterioração, é necessário explicar-lhe o que é o que acontece.

É muito importante fazer com que a criança veja que o seu avô não deixou de ser ele e não é preciso ter medo, ainda que esteja se comportando de uma forma estranha, que é necessário cuidar muito dele. O importante é que a criança continue considerando o seu avô como uma figura fundamental na família. Se levarmos em consideração que a criança imita o comportamento dos adultos, uma vez que os adultos são carinhosos e atenciosos, a criança também será. Se os adultos tentarem levar a situação com maneira consciente isso também passará para segurança para a criança.

Alguns sentimentos são normais nas crianças que convivem com algum membro de tem a doença, tais como, curiosidade, medo e ansiedade. A curiosidade neste caso, se manifesta através do desconhecido e do que está por vir. De modo que a criança busque entender mais da doença e da manifestação dos sintomas e sinais. 

Perguntas, tais como, “até quando ele vai lembrar de mim ou do meu nome”; ”foi culpa minha” são comuns. Questionamento recorrentes também surgem, tais como, tais “é normal ter sentimentos diferentes pelo meu avô” e “como lidar com as mudanças de humor dele”.

Para famílias que vivem estas situações, conversar de forma honesta e clara é a melhor opção. De acordo com a faixa etária da criança e seus questionamentos, explique o que está acontecendo e deixa ela falar o que sente e pensa. Aos poucos introduza maiores explicações sobre a doença e sobre cuidados com o avô/avó. É comum pensarmos que ao expormos as crianças a estas situações não estamos protegendo elas, mas pelo contrário o fato de escondermos e fingirmos que nada acontece, só irá causar mais angústia e sentimentos negativos. 

Há diversos materiais, vídeos e livros sobre como abordar com tema com as crianças. Recentemente conheci dois livros e vou indicar para vocês: 



No livro "Por que a vovó guardou a calcinha na geladeira?" os autores Max Wallack e Carolyn Given mostram através de uma história sensível e leve para crianças, as ferramentas de que precisam para superarem o medo e a frustração. Oferece explicações fáceis de entender sobre o que ocorre no cérebro dos pacientes de Alzheimer, como lidar com a perda gradual da memória, com um feriado perdido ou com a vovó perdida! O livro ilustrado de 40 páginas apresenta a história narrada por uma criança de sete anos, com seu estilo e vocabulário próprios, e transmite com amor estratégias reais, informações científicas e lições de dignidade, que podem também beneficiar cuidadores.



Já no livro "A vovó virou bebê", escrito por Renata Paiva conta a história de Sofia e de sua vó Dorinha, uma vó que começa a agir de maneira muito esquisita. Ela abotoa a blusa errado, esquece das coisas que estava fazendo e começa a precisar até de uma babá. Não demora muito para que Sofia perceba que existe algo de errado com sua querida avó. 

Até a próxima,
Laura

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